sábado, 14 de maio de 2016

Conversa Brasileira


Conversa Brasileira


    Que brasileiro ama futebol não é novidade, mas por que toda conversa brasileira precisa envolver futebol?

    Eu sou um dos únicos brasileiros que não acompanha, ou liga muito para o futebol. No meu prédio tem um cara, lá pelos seus 65, que mora sozinho muito provavelmente. Eu evito ele TODOS OS DIAS. Ele adora conversar sobre futebol comigo.

    Eu não acompanho os torneios, ou sei lá como chamam isso, mas não acompanho e nem entendo disso. Por alguma razão desconhecida, ele sabe o “meu time” que é o Corinthians. Não tive muita opção pra escolher o meu time, já que a minha família inteira é corintiana, mas não ligo muito para isso.
    Sempre que eu encontro ele e não consigo me esconder, ele puxa assunto:
    - E aí, viu o jogo de ontem? 

    - Vi- eu digo, mesmo nem sabendo de quem era o jogo

    - Nossa aquele São Paulo…

    - É...

   - Você viu que tiraram o Ronaldinho?(eu estou inventando nomes de jogadores aleatórios que eu conheço)-diz ele

   - É, muito chato…- digo eu torcendo para que o tal do Ronaldinho seja o melhor jogador se futebol dos tempos

   - Eles vão substituir pelo Zezinho, ele é jovem e corre muito, mas não sabe direito o que está fazendo. (Até agora nem sei direito para que time ele torce, pois ele sempre usa o sarcasmo pra falar, e como não entendo, não sei direito o que é ou não para ser levado a sério.) Tento ir embora, mas assim que eu dou meu primeiro passo ele fala:

   - E o Palmeiras?
   - É…-eu falo

   - Você acha que o “porco” passa a gente hoje à noite?

   -  Não sei, tomara que não…-precisava inventar uma desculpa imediatamente- Nossa, meu deus, eu estou atrasado para a escola, preciso ir desculpa. Tchau

   - Tchau, se cuida- diz ele

   Saio correndo até virar a esquina, quando eu desacelero e sussurro para mim mesmo:

   - Consegui, mas só até o próximo encontro.










sexta-feira, 8 de abril de 2016

Shopping



Shopping
O shopping. Shopping é um lugar artificial, até mais, do que os lanches do Mcdonalds, cheios de conservantes e carne barata.
Estava com o meu amigo, o Park. Ele comia um prato cheio de comida: arroz, feijão, torresmo e um pouco de vinagrete. Ele não parava de falar que tínhamos que fazer as lições de casa para aquele dia.
Começo a fazer a lição de português, para hoje tínhamos que observar uma pessoa na rua e fazer uma crônica sobre ela. Olho para o lado e vejo uma mulher, passo a observá-la . Ela era magra, tinham cabelos pretos e lisos, provavelmente artificiais. Ela comia salada, na nova loja do shopping. Estava com o seu celular de última geração em cima da mesa, sempre olhando pra ele, provavelmente estava esperando uma mensagem.Seu celular vibra, e ela para de comer para vê-lo. Tento ler sua expressão facial, mas não consegui perceber nada, talvez um pouco de decepção.
Volto a minha concentração na minha comida. Anoto as informações em meu caderno, e quando volto meu olhar na moça, ela está se preparando para ir embora. Ela pega sua bolsa e sua bandeja de salada e vai embora apressadamente.

Não sei o que concluir com isso, mas agora o problema é outro: transformar isto em uma crônica.